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Na história fálica
De guerras e epopeias
De deuses e heróis
Quase sempre olvidada
Muitas vezes vilipendiada
Raramente elogiada
Impura, manhosa, traidora,
Frágil, maldosa, inferior
Tatuagem na pele do tempo
Peia que tolhe o destino
Imaginário que retarda o devir
É preciso semear
Outro modo, outro lugar
Outro jeito de ser e pensar
De madrugadas luminosas
Campo de poesias e utopias
De papoilas multicores
Salpicando planícies de ternura
Primavera anunciada
Por cânticos de rouxinóis
Trinando violinos
Em margens de afectos
E inquietos murmúrios
De águas cristalinas
Nova mensagem
Esperança renovada
Onde a razão e a emoção
Se abracem e exponenciem
E te reveles e reinventes
Na efémera eternidade
De quotidianos partilhados
Por pessoas singulares
Prodigiosas e falíveis.
Anónimo do século XXI
8 de Março de 2007